Só constatando...

  
                                                                                   



  Sempre acreditei que era a generosidade quem dava o tom a vida, mesmo nas quedas, dores ou tropeções.

  As vezes  nos deparamos com situações meio suspensas, onde mesmo depois de tentar lutar contra, chorar, questionar, vamos nos acomodando, nos moldando e quando percebemos, os dias já se tornaram  meses, anos. 
  E  permanecemos ali, semi imóveis, suspensos, fingindo não saber que uma hora qualquer teremos que fazer uma escolha, tomar uma decisão, deixar ir ou definir o ficar!
  Um trabalho, um amor, um sonho, não importa muito o que é! O que importa é que fica suspenso, nos colocando no ar, protelando, empurrando, numa descarada ou disfarçada procrastinação!
  Dai, vem a vida e com  sua sábia generosidade e ousadia, escolhe, define! Nos tira do ar, afunda nossos pés no chão e nos deixa temporariamente suspensos!
  E ainda que nos primeiros instantes, que podem durar semanas ou meses, possamos ter a absoluta certeza de que não era este o melhor caminho, que não era assim que queríamos, podemos esbravejar, chorar, reclamar para Deus, para a mãe e o terapeuta, logo descobrimos que basta respirar fundo e silenciar.
  Ao final, a vida sempre sabe quais as escolhas a serem feitas e o que ela nos ofereceu foi aquela saída estratégica pela esquerda, porque percebeu nossa imobilidade. Resolveu por nós o que tínhamos tanto medo, do arrependimento, das lágrimas, da escolha errada, do abrir mão, da mudança, do mundo...
  Ao final, a vida nos coloca garganta abaixo sua escolha e nos obriga a mudar o caminho.
  Resta abrir o coração e aceitar que a ousadia dela, com certeza terá um nobre objetivo e o que deixamos para trás com certeza também teve uma nobre razão de ser! 
  Afinal nada é por acaso, nem os encontros, nem os amores, nem as lágrimas. Se estivemos lá com verdade, de verdade e inteiros, então valeu a pena!

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