As histórias de sempre...

  Responda com sinceridade: quem foi mesmo José na história de Jesus? Maria não precisou dele nem para fecunda-la! José é a figura esquecida a sombra da soberania de Maria, que gerou o filho de Deus e que abnegada o viu seguir para longe, no caminho que lhe era destinado, que sofrida sentiu na pele as perseguições do filho e que sangrou junto a ele na cruz! Maria é nossa primeira referência de maternidade, no mais absoluto exemplo da santidade materna! E hoje 2005 anos depois, ainda vivemos a sombra de Maria! Talvez as cobranças sobre a maternidade seriam mais leves se a mãe de Jesus fosse Madalena!   Vou deixar claro: sou mãe, no mais absoluto sentido da palavra e esta sem dúvida é minha maior vocação!   Vocação! Acho que este é o pingo no “i” da maternidade! Maternidade não é e nunca foi instinto! Algo inato a toda mulher, parte de nossa identificação como a vagina ou os seios! Instinto materno não vem de fábrica, desculpem! Instinto materno é algo mais parecido com u

                                                                      E foi lendo o texto "3 verdades sobre as mães que dão a luz por cesárea" que me dei conta dos anos que passei me pedindo desculpas por isso! Desculpas por minhas, assim mesmo no plural,  minhas cesáreas! Três ao todo! Nenhuma programada, nenhuma escolhida, apenas foram!   A primeira, há 23 anos atrás, me encontrou numa fase "vegetariana, ecológica, meditação, taichi, incenso, Ibirapuera e rádio Alpha", ou seja, tudo o que eu mais desejava era parir de maneira natural, não pra voltar a forma rapidamente, mesmo porque a forma não era minha prioridade, minha prioridade era fazer minha filha chegar naturalmente.    Não consegui! Após 2 idas pra maternidade e sem entrar de fato em trabalho de parto, na 3ª vez, as contrações começaram as 06:00, a bolsa rompeu no final do dia e as 22:00 o médico me comunicou que não poderíamos esperar mais pois seria um risco! Chamaram o anestesista e me levaram p

                                                                           Ouvindo conversa numa fila qualquer, onde o tema principal, eram os livros de colorir, f iquei ali, distraída, tentando compreender o que nem da minha conta era, quando uma dizia, que essa história de colorir livros era coisa pra gente desocupada, sem ter o que fazer, porque ela, trabalhava demais e não tinha tempo nem paciência para estas besteiras! A amiga, compradora confessa e empolgada dos livros, ria timidamente, num misto de desculpas, vergonha e tentativas em provar  que também era ocupada, vivia na correria, tinha filhos, trabalho, etc, etc.   De um lado, uma workaholic assumida e super orgulhosa por ter um estresse pra chamar de seu, se achando inteligente e ocupada demais para este mundinho de lápis de cor e papel, do outro, alguém igualmente ocupada e estressada e quase se desculpando por estar em busca de alguns momentos de introspecção junto a sua caixinha nova de Faber.   Descreviam realida

     Se eu tivesse que dar um único conselho para minhas crias, provavelmente seria: leiam!   Leiam muito, leiam mais, leiam todo tempo! Leiam sobre tudo e sobre todos, leiam rótulos de embalagens, leiam bulas, leiam cartões de visitas, leiam placas, leiam gibis, leiam revistas, leiam a vida! Não se percam na prepotência de pensarem que só os clássicos devem ser lidos, que só os grandes autores merecem nosso tempo! A leitura merece nosso tempo!       Óbvio que o sabor dos grandes pensadores nos enchem a vida de um tipo de vitamina que não podemos comprar em nenhum site americano, que as grandes obras podem nos levar a viagens que só quem as lê faz, viagens para dentro de nós mesmos, para tempos que nunca visitamos, para espaços muito além dos nossos próprios espaços!   Mas aquela leitura aparentemente tola, sem pretensão nenhuma a não ser abstrair os pensamentos, fazer rir, ensinar a receita, explicar a dose, mostrar o caminho, contar um significado, todas elas também podem ser

     Em tempos de Detox, um detalhe tem me chamado atenção: existe um certo paradoxo nesta urgência de desintoxicar o corpo e essa necessidade diária de envenenar a alma, ou será que ninguém observa isso?   Basta uma rápida olhadinha nas redes sociais para ver a quantidade imensa de dicas, truques e receitinhas mágicas para livrar nosso corpo de toda e qualquer toxina acumulada, na certeza de que com isso estaremos zerando nossos venenos internos e prontas para um renascimento saudável!   Ok,ótimo!Algumas iniciativas e sugestões são de fato bem interessantes, capazes de tornar nosso organismo quase donzelo, com a promessa de trazer alguns benefícios extras como diminuição de crises de enxaqueca, melhora no sono, maior disposição, mais energia, etc, etc. Mas e quanto a nossa alma?   Outro dia presenciei uma cena no minimo inusitada: sentada num café, ouvi a conversa de duas moças enquanto saboreavam seu suquinho detox, tecendo elogios ao seus já visíveis resultados no c