Leiam!

  

  Se eu tivesse que dar um único conselho para minhas crias, provavelmente seria: leiam!   Leiam muito, leiam mais, leiam todo tempo! Leiam sobre tudo e sobre todos, leiam rótulos de embalagens, leiam bulas, leiam cartões de visitas, leiam placas, leiam gibis, leiam revistas, leiam a vida! Não se percam na prepotência de pensarem que só os clássicos devem ser lidos, que só os grandes autores merecem nosso tempo! A leitura merece nosso tempo!       Óbvio que o sabor dos grandes pensadores nos enchem a vida de um tipo de vitamina que não podemos comprar em nenhum site americano, que as grandes obras podem nos levar a viagens que só quem as lê faz, viagens para dentro de nós mesmos, para tempos que nunca visitamos, para espaços muito além dos nossos próprios espaços!
  Mas aquela leitura aparentemente tola, sem pretensão nenhuma a não ser abstrair os pensamentos, fazer rir, ensinar a receita, explicar a dose, mostrar o caminho, contar um significado, todas elas também podem ser deliciosas e vitais muitas vezes!
  Ler, mas ler com presença, o que é muito diferente daquele passar de olhos desatentos e corridos, que acontece na maioria das vezes, pode resultar em um bolo mais fofinho, numa cura mais rápida, num caminho mais certeiro, nos proteger! Pode evitar uma gafe, uma indelicadeza, um transtorno, uma inimizade ou um processo! A gente cresce e o melhor, crescemos na alma, não só na inteligência!
  Leiam! Esqueçam aquela frase "é muito grande, não vou ler não, tenho preguiça!" 
  Preguiça de ler é preguiça de viver! A vida, vida de verdade, aqueles detalhes que enchem a vida de vida, acontecem é nas entrelinhas, naquelas letrinhas pequenas que reclamamos nos contratos. 
  Não querer ler é como não querer observar a vida, apenas passar por ela. É sair atropelando o mundo, pegando emprestado análises e verdades alheias, julgando e opinando sobre o desconhecido, abrindo mão de um de nossos maiores presentes, o direito de pensar, de questionar,  de crescer, apenas reclamando que o bolo embatumou, sem saber muito bem que erramos no fermento!