Ser ou estar afinal?

  


  Não acredito muito que somos ou nos tornamos algo ou alguém, acredito sim que estamos!
   Sempre tive uma opinião bem pessoal quando o assunto era sexualidade. Sei lá, mas acho meio engraçado quando escuto pessoas discutindo se fulano era gay desde que nasceu, se tornou gay com o tempo, ou se descobriu que era gay semana passada! Necessidade absurda de rótulos.
  É que pra mim estar é bem mais lógico do que ser! Acho imperativo demais eu ser alguma coisa e nem gosto muito de pensar que sou algo, isso dá medo de me sentir presa, limitada!
  Estamos o que acreditamos ser, acho que é assim!
  Nos apaixonamos por um conteúdo, por um emaranhado de qualidades, defeitos e características, que podem vir embalados de formas variadas e as vezes, coincidentemente poderão vir sempre em embalagens com mais ou menos pelos, mais ou menos testosterona! Se passamos a vida nos envolvendo afetivamente com o sexo oposto, não uso disso para definir a sexualidade, apenas aconteceu assim, o que na prática não significa que sempre será assim!
  Tem paixões que batem devagar, chegam aos poucos, vamos descobrindo uma pessoa, nos surpreendendo, nos encantando e quando percebemos, pronto, paixão instalada! Dai minha amiga, pouco diferença fará a forma, a embalagem!
  Não julgo, não analiso, não preciso entender e isso me faz mais leve, mais feliz, mais inteira!
  Se até hoje, ao longo da vida amorosa, qualquer criatura tiver dividido lençóis apenas com o sexo oposto, não entendo como escolha assim racional, tipo " vou ser hétero". Apenas aconteceu assim, apenas pode deixar qualquer hora de acontecer assim! 
  Mas tem um detalhe que acho meio tosco nisso tudo, nós mulheres muitas vezes passeamos sem medo no território ao lado, sem receio ou pudor algum, por curiosidade, por desejo, por vontade ver qual é, sem que isso signifique que vamos mudar de mala e cuia! Podemos simplesmente experimentar, sem medo ou  cobranças internas! E se mudar também, que mal tem?
  Transitamos desde meninas na afetividade física! Dividimos a cama com nossas amigas, vamos juntas ao banheiro, nos beijamos, nos abraçamos, dançamos juntas, conferimos com as mãos o silicone de nossa amiga, seu novo bumbum, sem medo de ser feliz, sem medo de que isso nos torne gay.
  Homens? Experimente sugerir a um deles ir ao cinema com um amigo! Alguém já viu 2 homens indo ao cinema juntos? Digo 2 apenas e não uma turma! Eles vão em duplas ao futebol, tomar chopp, a um show (não de MPB, é muito gay...rs), mas não ao banheiro, muito menos dormem numa mesma cama! Olhar com as mãos a cirurgia de fimose do melhor amigo? Impossível!
  Homem tem um medo quase doentio de proximidade física com outro ser semelhante e logo acha um jeito bem pejorativo de chamar aqueles que ousam atravessar a linha da 'macheza'! Coisa mais 'gabrielesca', socorro!
  No fundo perdem tanto com tanto preconceito! 
  Se nos reconhecemos unissex, seríamos muito mais felizes!

  Experimente deixar pelo caminho aquela vibe da indução, que praticamos com as nossas crianças sem nem perceber: menina veste rosa, ganha panelinha e bonecas, enquanto meninos vestem azul, ganha bola, super herói e engolem o choro! 
  Você pode substituir isso por:
   "O que  quer vestir? 
   "Quer a bola ou a Barbie? 
    Deixa a vida rolar, não se preocupando em dar nome aos bois! Mais bacana assim!

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