42 e eu

                                                            

  

  Gosto de verdade de todos os 42 anos que já vivi. Tenho um baita orgulho de cada um deles e acho que a vida foi bem bacana comigo!

  Claro que não sou exatamente quem sonhava ser lá pelos meus 15 anos, não conquistei tudo que sonhei, não tive tudo que quis, não fui a todos lugares que desejei e nem consegui namorar o Sting, meu sonho de consumo adolescente! Mas fiz muita coisa boa!
  Tenho uma família linda, um ótimo marido, um grande homem como enteado e pari três filhas maravilhosas e isso vale por toda uma vida! Essa era minha maior vontade desde que me percebi como ser pensante: ser mãe! E fui! De três criaturas incríveis, que  mostraram meu melhor, me tiram da cama todos os dias há exatos 21 anos, me fazem rir de minhas tragédias, encontrar coragem pra meus desafios, brigar por meus sonhos! Elas, minhas meninas, já valeriam minha estadia por aqui!
  Mas tive bem mais! Os amigos mais próximos costumam dizer em tom de brincadeira, que Deus tem um cuidado especial comigo e aprendi a acreditar nisso. Já me vi algumas vezes em situações de risco, risco de morte até e sempre, ali, nos 44 do segundo tempo, Deus se encarrega de me socorrer, as vezes em momentos onde todos já estavam desacreditando disso.
  Acho que facilito a vida Dele também! Por algum motivo que nunca me ensinaram, não consigo demorar no sofrimento, não gosto de atritos, não me desgasto com muita coisa. O que está longe de soar como irresponsabilidade. Apenas acredito sempre que no final, as grandes decisões não cabem a mim, que a vida é que se encarrega delas. Assim também vou preferindo na maioria das vezes me fazer de surda, cega ou tola fingindo não ver uma indelicadeza ou uma demonstração de pouca verdade, do que entrar numa discussão.
  Acho que as pessoas só podem oferecer o que dispõe e se por algum motivo se comportam de maneira indelicada ou mentirosa comigo, o problema não sou eu! Para mim não há justificativas para gritos nem grosserias, uma boa conversa ou bom silêncio sempre valem mais a pena!
  Não grito, não falo palavrão, nunca tomo um porre, mas adoro um bom vinho!
  A verdade é que detesto discussões, não tenha a necessidade de provar nada a ninguém, não tenho necessidade de me encaixar, de me sentir superior, não quero ser segura o tempo todo, não faço questão de estar certa, nem de saber as respostas, pelo contrário, prefiro ter sempre perguntas a fazer! 
  Claro que ser assim algumas vezes dói, ignorar o que prefiro fingir não ver, não me torna imune ao sofrimento, porque também sou do modelo que chora pra burro! Chorava ouvindo a Xuxa falar "é sempre muito bom estar com vc, brincar com você...", e sigo chorando as dores fictícias, as dores reais, as minhas, as de quem está próximo ou distante e quero ser sempre assim. 
  Me sinto viva quando a dor do outro dói em mim também! Me dá a certeza que somos todos ligados de alguma forma!

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