...Natal da noite de luz,....natal da estrela guia....natal do menino...ops

  
                                            


  Natal!
  Li em algum lugar uma definição nada doce, mas muito real que dizia mais ou menos que "Natal era aquela festa cristã repleta de costumes pagãos, onde o menino do aniversário não era lembrado, mas os presentes e os comes e bebes da festa sim"! Mais verdadeiro impossível!
  Na infância é bacana demais! A gente ainda não se dá conta do quão surreal é aquela festa e só se importa com os presentes, os primos, a euforia!
  Dai a gente cresce, entra na adolescência, o Natal muda o sentido da bacanice e  bacana mesmo pode ser beijar na boca logo depois na meia noite e ganhar o novo "iphone 9,5 plus, blaster".
  Dai a gente cresce  mais um pouco e começa a se dar conta que é um grande porre tudo aquilo! Não o aniversário, mas a comemoração! Modelinho nada haver essa festa!
  De novo me dou conta que aquele tio que chegou em casa já tonto as 15h e voltou depois as 21h ainda pior, isso depois da internação para desintoxicação e de todo um recomeço, não tem nada haver com aquela comemoração! Sem hipocrisia por gentileza, afinal o aniversariante já ofereceu a ele trocentas chances de se reinventar, mas...
  De novo me dou conta que começar a beber as 13h e seguir como se o mundo fosse acabar logo após a meia noite, fazendo brincadeiras de gosto duvidoso durante a transmissão da missa do galo e pregando valores o ano inteiro, não pode ter nada haver com aquela comemoração!
  De novo me dou conta que aquela criatura que tentou puxar meu tapete o ano inteiro porque não tinha absolutamente nada melhor para oferecer, sei disso, cismou de querer virar amiga, com desejos suspeitos de boas festas! Acredito demais na mudança, na superação humana, mas...
  De novo me dou conta que boa parte dos colegas que passaram o ano na corda bamba das finanças, agora penhoram o fígado pra comprar pernil, nozes e postar as fotos numa rede social qualquer!
  De novo me dou conta que a data reforça as diferenças sociais, alimenta a matança dos animais, fomenta a hipocrisia, aumenta a necessidade do ter, claro, bate em muita gente o "espirito de Natal" e da-lhe visitas em asilos, creches, cestas básicas e lágrimas! Mas logo o Natal passa, o ano novo vem e de novo o principal será o grau etílico da festa e o tamanho do pernil!
  Esse aniversário era pra ser somente uma festinha, com a família ao redor da mesa, onde fartura de comida não fosse sinônimo de morte nem de excessos e o etílico fosse apenas para o brinde e a descontração! 
  Muitos ainda defendem que "pelo menos nesta data a família de reúne"! 
  Há tempos sinto tristeza nesse argumento, talvez porque ache essa festa tenha se tornado bem estranha!

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