O porque de tantas frases

  Muita gente já me perguntou por que gosto tanto de escrever.
  Escrevo para me sentir viva! Meio clichê eu sei, clichê, mas verdadeiro. Escrevo para falar de mim, contar sobre o que penso, o que sinto, o que acho e não acho de coisas que ninguém nem pediu minha opinião. 



  Faz um bem danado, cada vez que transformo pensamentos em frases, em textos, vou me conhecendo melhor, me entendendo, me tornando mais leve e mais inteira. Sensação de dever sendo cumprido, como se parte do que vim fazer por aqui fosse isso, escrever!
  Nunca tive pretensões quanto a isso, vou escrevendo, tentando organizar, ordenar um amontoado de palavras que as vezes se atropelam, noutras vezes fogem assustadas de mim. Aprendi que quando acho que tenho que escrever alguma coisa, não sai uma frase decente..
  Preciso respeitar a hora das palavras, o momento de criarem forma, vida!
  E nesta viagem as vezes encontro com algumas pessoas. Há momentos em que escrevo para uma pessoa em especial, que necessariamente nem precisa saber disso, há momentos em que escrevo para algumas pessoas, para pessoa nenhuma, ou apenas para eu mesma! Mas isso é somente um detalhe, direcionado ou não, gosto de escrever minhas verdades, minhas inquietudes, minhas histórias, meus dias, meus devaneios e viagens.
  Ganhei um diário lá pelos meus 11 anos e amava registrar minhas ideias. Fui uma criança e uma adolescente cheia de razão! Gostava de desfilar com um livro nas mãos, isso era minha arma de sedução. Engraçado lembrar disso. Não era bonita, mas tinha meus encantos, no entanto, buscava mostrar inteligência e nunca beleza! Consegui uma entrevista de emprego uma vez, porque trazia nas mãos Os Lusíadas e ao ser desafiada na brincadeira, por aquele que se tornaria meu chefe, declamei o Canto I, "...As armas e os barões assinalados...Que da ocidental praia Lusitana.." .
  Entrevista feita, emprego conquistado. Nunca mais me esqueci disso!
  E fui crescendo assim, com uma dose de pretensão que foi dando espaço a maturidade com o passar dos anos. Há tempos já não leio mais para impressionar ninguém, ou para conquistar. Aliás para conquistar sim, conquistar mais de mim, acrescentar mais em mim. E acredito que são paixões paralelas, únicas: ler e escrever. Ler me instiga a escrever. As pessoas, as histórias, tudo que observo ao meu redor, tudo que vivencio, que experimento, não consigo evitar, sempre bate uma vontade imensa de transformar em frases, de contar, compartilhar.
  Vou me acalmando, me serenando, me observando, gosto de reler coisas que escrevi há mais de 10 anos, de me rever, me revisitar, me comparar, aprender comigo mesma. Gosto quando as pessoas veem me contar que leram e gostaram de algo que escrevi. 
  É bom, é sempre bom de ouvir, de saber, faz eu me sentir abraçada, acolhida, compreendida. E no fundo acho que é para isso também que escrevo!

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