Tolerância

  Parei para me olhar melhor esta semana, tentar compreender, ou ao menos conhecer o que venho sentindo e observando.
  Nunca levei ao pé da letra esta história de idade, "coisas dos 30, dos 40 anos". Idade da loba! Ouvi isso outro dia! Ouvi mas não sei se compreendi.
  Mas preciso admitir que tem alguma coisa acontecendo e bem aqui, em mim, comigo.
  
                                                               
  Ando meio ardida, cheia de segurança, de certezas, querendo mais da vida, de mim, do mundo. Um querer saudável, onde ao mesmo tempo que busco mais, compreendo os limites e o tempo de cada um.
  Percebi que há tempos não me permito e nem preciso fingir. Não abraço mais causas, não levanto mais bandeiras, muito menos bato forte do peito saindo numa defesa qualquer. 
  Tenho me flagrado sorrindo de leve, num quase desdém, a cada tolice que ouço. Não que me ache mais sábia, apenas tolerante.
  É o alento depois da tempestade.A conquista da tolerância! 
  Desempenhei com dedicação o papel de questionadora por toda uma vida.
  Sabatinar, pedir para pensar, argumentar, numa necessidade incessante de entender e fazer entender. Exercitei a empatia á exaustão. Experimentei todas as peles das histórias que encontrei pelo caminho, buscando compreender as escolhas e motivos de cada uma.
  A tolerância que descubro hoje não é fruto do cansaço, talvez da humildade ou da maturidade, ou da mistura exata de ambas.
  Amo gente e sempre vou amar pensar esta frase. Apenas não preciso mais compreender. Hoje ando querendo apenas observar, em silêncio.
  Já encontrei minhas certezas, não preciso grita-las e aquelas que ainda busco, já não me importa que compreendam.

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