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   Se me calo estou triste, se aumento o tom estou nervosa ou quem sabe histérica. 
  Se confesso carência estou insegura, se me mostro forte sou fria. 
  Lúcida sou chata, audaciosa irresponsável. Se bela sou fútil, despojada estou desleixada.
   Pura sou tentada, intensa sou fácil, presa ao que acabou sou irracional, quando arrisco o recomeço sou imatura!
   Afinal, o que esperam de mim? O que eu espero de mim? Onde consigo a dose certa? E de que haveria de ser esta dose afinal? Ou qual sua quantidade? Existe?
  Acho que ando me sentindo cansada! 
  Cansada de tantas gentes, tantas vozes, tantas opiniões. As vezes me sinto em constante vigilância. 
  Barriga pra dentro, peito pra fora, sorriso na cara, disposição pra vida, pernas firmes para desvios rápidos de todos percalços do caminho, otimismo, força, disposição e simpatia, sempre e muita! Porém o mais difícil é a tal da sensibilidade!! A minha é do tamanho de dois mundos juntos e tem me feito não gostar nem um pouco destas gentes que tenho me deparado por ai, onde o som da boca nem sempre anda junto ao som dos olhos! Triste!
  Triste tenho achado esta dualidade de sons, esta multiplicidade de opiniões. 
  De repente parece que o mundo todo tem uma opinião, uma conclusão, uma explicação para meus sorrisos, meus silêncios, meus acessos de impaciência, meus segundos de insensatez, meus amores. 
   Eu mesma nunca tive esta pretensão de me conhecer tão a fundo, me desvendar tanto, gosto da sensação de não saber ao certo meu próximo minuto, de me perguntar o que devo fazer, e nem sempre saber o que estou fazendo!
   Mas venho achando que sou a única sem a necessidade suprema de me compreender! 


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